terça-feira, 5 de abril de 2011

As linhas de Nazca

Depois da festa de despedida da rotante colombiana Jenny no sábado a noite, na madrugada de sábado para domingo eu, Carina e Janaina embarcamos em nossa jornada em direção a Nazca.
Segue o relato da nossa emocionante viagem nas palavras de Carina.

"Eu e outros 2 rotantes brasileiros (Janaina e Ednei) tivemos a brilhante idéia de conhecermos as famosas e enigmáticas linhas de Nazca antes de irmos para o Brasil. A única forma de chegar em Nazca é de carro ou de ônibus, então às 3:45 da madrugada de sábado para domingo estávamos os 3 dentro de um busão na rodoviária de Lima, partindo para Nazca, onde chegamos depois de 7:30 de viagem. Chegando lá, já com aquela fominha boa para almocar, recebemos a orientaçãoo de que não podíamos comer porque não era recomendado já que iríamos sobrevoar as linhas num avião pequeno que balança um pouco... Beleza! Saímos para dar uma volta, tomar um suco e conhecer a cidade... Foi exatamente uma volta mesmo, porque caminhamos até o final de uma rua onde tinha uma praça e regrassamos porque acabou a cidade. Pensem numa cidade minúscula de interior, com uma boa e velha praça com um grupo de fanfarra tocando, lojinhas minúsculas que funcionam em casas antigas, carros velhos e um calor de lascar. Ou seja, NADA para fazer além de esperar a hora de irmos ao micro aeroporto fazer o sobrevôo que foi por volta das 13:30...
Enfim, chegou a hora, depois de nos pesarem 2 vezes, assistirmos un vídeo com explicações sobre as linhas sentados em "aconchegantes" cadeiras de bambu, pagarmos umas taxas e coisa e tal. Embarcamos em dupla (porque no micro avião só cabiam 2 pessoas não muito pesadas além do piloto e do co-piloto). Nesse momento ainda tirei algumas fotos super sorridente porque ainda existia felicidade dentro do meu ser...

A partir de então iniciaram 35 minutos mágicos de tortura. Aquela bosta daquele aviãozinho sobrevoava a baixa altitude, balancava para cacete e o piloto fazia umas manobras radicais para que pudéssemos ver as tais linhas tanto do lado direito como do lado esquerdo, sem imaginar ele o risco que corria de eu vomitar nas costas dele. Devia fazer uns 60 graus dentro do aviao. Aquilo era mais quente que o mármore do inferno. As tais linhas nem sempre eram muito nítidas porque além da minha vertigem não ajudar muito, as rochas não são lisas, e sim cheia de ranhuras e recortes, sem contar que eu imaginava que as linhas formavam figuras kilométricas e na verdade a maior figura tinha uns 300m (ou seja, segundo o Ednei dava para a gente fazer com os pés). Mal consegui fotografar as benditas linhas e só com muita boa vontade seremos capazes de identificá-las em minhas fotografias que ainda nem consegui rever porque me dá náuseas só de pensar em ligar a máquina.
Depois de pousar e ter que repousar por uns minutos na enfermaria, voltamos para a cidadezinha para almoçar e imediatamente reingressamos no ônibus para uma "gostosa e confortável" viagem de volta à Lima de mais 7:30, embalada pelo som do "nana neném" que o Dramim fez tocar no ipod que existia neste momento dentro da minha cabeça. Cheguei em casa praticamente destroçada, mais de meia noite, e para minha surpresa descobri que toda desgraça para pobre é pouco, e por isso a minha cortina do quarto tinha desabado e estava no chão, o que me fez despertar no dia seguinte junto com os primeiros raios de sol. Imaginem minha felicidade!

Em resumo: Os enigmas de Nazca me levou a refletir sobre outro enigma: Porque eu me submeti a viajar 15h, para sobrevoar por 35 min as linhas feitas pelos eshus incas??? E pior, ainda paguei ricos dólares por isso!
Bom, diante disso, o importante é que sobrevivemos e agora estou legal, fora a vontade de voltar na agência de viagens para pedir o meu dinheiro de volta e socar a cara da garota que nos vendeu o "pacote turístico"!!!!

Detalhe 1: Viajei com uma bolsa que devia pesar uns 8 quilos, porque como lá é um deserto e como as pessoas que me conhecem já sabem eu sou super previnida, em algum momento eu devo ter pensado que existia a possibilidade de ficarmos acampados lá por uma semana inteira, então levei água, biscoito salgado, bolachinhas doces, maçãs, sucos, remédios, livro e até blusa de frio. A loka do excesso de bagagem!

Detalhe 2: Antes de iniciar a viagem de ônibus recebemos instruções de um video que estva sendo exibido dentro do busão de que só podíamos usar o banheiro para fazer xixi e se quiséssemos fazer outras necessidades (como vomitar ou fazer número 2) teríamos que avisar para que parassem num local adequado. Hein? E logo depois falaram que o ônibus estava sendo monitorado e não podia parar em qualquer lugar. Vejam que deselegante! A pessoa tem que passar pelo constrangimento de avisar que quer fazer cocô e ainda corre o risco de o ônibus não poder parar, ok? Além disso tinha uma lista de coisas que não podíamos fazer (não podia fumar, não podia abrir janela / teto solar, não podia tirar o cinto de seguranca, não podia fazer cocô, não podia levar o cobertor e a almofadinha que eles davam durante a viagem, não podia nem pensar alto...) e tudo issso sob ameaça de sermos entregues às autoridades locais quando cgeassemos ao destino. Acreditam? Hahahahaha... Imaginem que difícil para mim, uma fora da lei, ouvir todas essas regras e ameaças e ficar quietinha!!! Se não fosse pelo Santo Dramin, que me manteve quase imóvel por boas horas contendo meu ímpeto de contrariar, acho que eu ia viajar pendurada no teto solar. "
By Carina Magalhães

Se o povo de Nazca realmente fez estas linhas com a intenção de mostrar para os ETs só pode significar uma coisa que os ETs tem uma visão de telescópio, pois enxer as linhas a 3200m de altitude já foi difícil imagina ver isso do espaço.
Ao contrário das chicas achei o voo o máximo e nao senti nada. Voaria denovo, mas não em Nazca.

Conclusão: Se um dia pensavam em conhecer Nazca, melhor pensarem bem antes de passar por este desgastante roteiro.

Seguem algumas fotos para poupar o tempo de vocês.

Ponto de descanso com um dos desenho das linhas de Nazca

Outro desenho

Aeroporto de Nazca

Carina e Janaina embarcando na emocionante viagem

Começamos por uma linha bem facil de ver!!! Achem a baleia.

Rodamoinho se formando

Triangulos

Triangulos 2

Este tá fácil!!! Astronauta.

Mais um desafio!!! Onde está o macaco???

Cachorro. Tudo bem que está de ponta cabeça, mas quis deixar como eu vi. 

Alguém viu um passarinho?

Dona Aranha

Passarão. Condor.
 
Mãos

2 comentários:

Carina Magalhaes disse...

Se bem me lembro tínhamos um pacto... Deixar esse assunto para trás e ninguém fala mais nisso! Kkkkk...

Antes do pacto contei essa história para uma amiga e ela me respondeu: "Ñ queria o seu mal, mas valeu a pena vc ir só para contar essa história". Pimenta na linha de Nazca dos outros é refresco, né?

E assim vamos colecionando aventuras! ;)

Unknown disse...

hahahaha Adorei! Qual vai ser a próxima aventura? :)